domingo, 30 de dezembro de 2012
quinta-feira, 20 de dezembro de 2012
quarta-feira, 19 de dezembro de 2012
51.
Hoje trouxe uns 30 papelinhos com testes de perfumes. As pessoas da estação de metro do Colombo iam desmaiando.
sexta-feira, 14 de dezembro de 2012
O post 50 e isto há um ano
Luz, homens e mulheres, prédios altos que tapam o céu, cheiro a comida e cheiro a poluição, restaurantes, doenças, trabalho, trânsito. Os dias como os conhecemos. O mundo como o imaginamos.
Pessoas caminham pelas ruas, algumas tomadas pela dor que tentam esconder, pessoas abaladas por coisas que perderam, amores proibidos ou não correspondidos, amores que nunca tiveram, amigos que estão longe e de quem sentem falta. Vejo nas suas caras que cada uma destas pessoas pensa em quem magoou um dia. Primeiro, são tomados pela falta de tempo, depois fecham o seu coração por não aguentarem mais o sofrimento. Esta é a doença. A falta de amor, a falta de amigos.
A vida segue.
O doce torna-se apimentado, salgado, mais amargo. As pessoas acomodam-se a viver a uma velocidade extrema e não olham para a folha que caiu da árvore.
Vou desafiar-me, hoje, a reparar nas coisas que não reparo todos os dias, porque o tempo não permite e hoje o sol nasceu de forma diferente.
Cheira a canela. Faz-me lembrar o arroz doce que decorei no casamento da minha amiga Marta. Só o decorei, não o comi porque não aprecio canela. Fazia flores ou então riscos. Era o que mais gostava no arroz doce, fazer desenhos. Agora já gosto de o saborear e sentir o seu sabor meio ácido, que jorra da rasca do limão.
Estiveram a cortar a relva recentemente. O cheiro da erva cortada evoca a infância que passei na minha casa de campo, a brincar com a terra e a picar-me nas ortigas. Lembro-me que a minha mãe colocava vinagre na irritação que ficava na minha pele e que aquele efeito ardia como o fogo, mas acabava por curar.
Há cheiro a óleo. Lembra-me o início da minha vida como condutora. “Estou crescida”, pensava. Foi também o início das preocupações.
Junto com o olfato, um conjunto de imagens passadas se exalta.
E a vida segue.
As pessoas fazem o que têm a fazer, da melhor maneira possível.
quarta-feira, 5 de dezembro de 2012
49.
É tão giro que as 4 horas por dia que gasto ao andar de transportes públicos, sejam utilizadas essencialmente para dormir e para pensar em coisas para colocar no blog e depois as coisas que realmente ponho no blog sejam zero...
terça-feira, 6 de novembro de 2012
48.
Hoje reafirmei a minha teoria de que não há nada melhor que amor no coração e conseguir deitar a cabeça na almofada com a consciência tranquila.
Obrigada às forças aí de cima que têm andado a olhar por mim.
Obrigada às forças aí de cima que têm andado a olhar por mim.
sábado, 29 de setembro de 2012
sábado, 1 de setembro de 2012
segunda-feira, 27 de agosto de 2012
terça-feira, 7 de agosto de 2012
22.
Não, não me enganei no número da mensagem, 22 é apenas o número de anos que ando neste mundo.
Vou-vos contar, eu não sou uma pessoa de sorte, mas sou otimista. Procuro sempre refugiar-me em coisas boas.
A meio do dia pensei que o mundo estivesse contra mim, hoje era o meu dia de anos e não tinha senão dores de cabeça: o meu carro não pegava. Como o vou arranjar? Ainda nem recebi a bolsa de estudo referente ao mês de Julho. Não tenho dinheiro, boa. Amanhã é o meu aniversário, a sério que é este o presente que me dás, vida?
Volto para casa. Uma mensagem recebida: Bolsa de Julho depositada na sua conta.
Oh, afinal a vida é bonita.
Não ligo muito aos meus anos, mas se há coisa boa que este dia me dá é a sensação de felicidade plena por ter as melhores pessoas comigo. Não estou a exagerar. São mesmo as melhores. Outro privilégio que ainda disponho é o poder não lidar com pessoas de quem não gosto.
Vou-vos contar, eu não sou uma pessoa de sorte, mas sou otimista. Procuro sempre refugiar-me em coisas boas.
A meio do dia pensei que o mundo estivesse contra mim, hoje era o meu dia de anos e não tinha senão dores de cabeça: o meu carro não pegava. Como o vou arranjar? Ainda nem recebi a bolsa de estudo referente ao mês de Julho. Não tenho dinheiro, boa. Amanhã é o meu aniversário, a sério que é este o presente que me dás, vida?
Volto para casa. Uma mensagem recebida: Bolsa de Julho depositada na sua conta.
Oh, afinal a vida é bonita.
Não ligo muito aos meus anos, mas se há coisa boa que este dia me dá é a sensação de felicidade plena por ter as melhores pessoas comigo. Não estou a exagerar. São mesmo as melhores. Outro privilégio que ainda disponho é o poder não lidar com pessoas de quem não gosto.
sábado, 28 de julho de 2012
quarta-feira, 25 de julho de 2012
39.
Não sou, por norma, uma pessoa que sofra muito com a distância de outras pessoas. Muito pelo facto de ter crescido sem muita gente à minha volta. A família nunca foi um peso marcante na minha vida, e desde cedo vi uma das pessoas mais importantes para mim afastar-se fisicamente. Creio que esse aspeto também me proporcionou os anti-corpos que tenho hoje. Tenho saudades. Sou até bastante saudosista. Mas não sou do tipo de pessoas que precise de estar constantemente rodeada de gente. Convivo muito bem sozinha e considero-me bastante independente.
No entanto, quando me apaixono, chega a tornar-se sufocante a falta que a outra pessoa me faz. Questiono-me acerca do porquê e de como me transformo interiormente. Devia continuar a ser a pessoa de sempre, teria muito menos dores de cabeça... E o coração não ficaria apertado tantas vezes. Teria mais paz, certamente.
Hoje estou assim, diz que o namorado está longe e preciso dele. Os dias demoram mais a passar e chegam até a perder algum encanto. Penso mais e não necessariamente em coisas boas.
Estás a precisar de férias a sério, ah estás estás!
No entanto, quando me apaixono, chega a tornar-se sufocante a falta que a outra pessoa me faz. Questiono-me acerca do porquê e de como me transformo interiormente. Devia continuar a ser a pessoa de sempre, teria muito menos dores de cabeça... E o coração não ficaria apertado tantas vezes. Teria mais paz, certamente.
Hoje estou assim, diz que o namorado está longe e preciso dele. Os dias demoram mais a passar e chegam até a perder algum encanto. Penso mais e não necessariamente em coisas boas.
Estás a precisar de férias a sério, ah estás estás!
quinta-feira, 19 de julho de 2012
Alguém quer partilhar casa, ou conhece alguma para alugar a uma estudante pobrezinha?
Em Lisboa, já agora. Obrigada.
terça-feira, 17 de julho de 2012
37.
Por que é que eu gosto de lavar o cabelo no cabeleireiro?
Porque passadas 10 horas, após muita transpiração derivada ao calor que se faz sentir, banhos de mar e areia no corpo, o meu cabelo continua a cheirar impecavelmente a champô!
Porque passadas 10 horas, após muita transpiração derivada ao calor que se faz sentir, banhos de mar e areia no corpo, o meu cabelo continua a cheirar impecavelmente a champô!
domingo, 8 de julho de 2012
35.
Apetece-me discorrer... Acordei eram 3 e tal da manhã. Não consigo adormecer. Passa-se algo aqui dentro... Já não me lembrava de um dia tão mau como o que tive hoje... Chorei como há muito não o fazia. Sinto que perdi, que estou a perder. Deixar ir ou agarrar?
Nunca lidei bem com palavras mais grosseiras a meu respeito. Principalmente quando vêm da pessoa que mais amamos. Tenho a mania que sou forte mas nestas alturas nem sei do que sou feita, sinto o mundo ruir. Não sou se não um poço de medos e inseguranças. Não mudas... Eu avisei-te.
Respiro fundo. É a angústia. A angústia faz-me respirar fundo mais forte e mais vezes. O coração bate mais depressa.
terça-feira, 8 de maio de 2012
34.
No post anterior deveria ter escrito que o número 33 foi o único que alguma vez me saiu no euromilhões.
33.
Sabes, eu tenho mesmo um problema. Eu acho que isto é um problema. Fecho-me em mim mesma e não me consigo apaixonar. Desculpa. Isto dá cabo de mim, acredita que não o faço conscientemente. E olha que acredito fervorosamente no amor, mas sempre que tenho medo desligo as minhas emoções.
Temo que isto seja prejudicial. Sei que estás disposto a aproximares-te de mim, sinto isso. O que tu não sabes é que já estou a pensar na forma como isto vai acabar, porque na verdade também sinto que não é contigo que quero ficar.
Tens o poder de me transformar? Se tens utiliza-o. Não quero magoar-te da mesma forma que ele fez comigo. Se me fizeres olhar para trás com alguma nitidez até de digo que o que se está a passar comigo, foi exatamente o que se passou com ele. Ele um dia abriu a sua gaveta da honestidade e disse, por estas palavras: Há outra pessoa que julgava já ter esquecido. Mas ela voltou. Só te peço que fiquemos assim, com o sabor dos nossos beijos nos lábios. Se tiver de acontecer, um dia voltarei a procurar-te.
Eu sei que ainda não o esqueci mas recuso-me a esperar que ele volte e por isso estou a dar uma oportunidade a mim mesma. Estou a dar-nos uma oportunidade. Só queria que me mostrasses que é possível eu dizer não, se ele um dia decidir realmente voltar a procurar-me.
Temo que isto seja prejudicial. Sei que estás disposto a aproximares-te de mim, sinto isso. O que tu não sabes é que já estou a pensar na forma como isto vai acabar, porque na verdade também sinto que não é contigo que quero ficar.
Tens o poder de me transformar? Se tens utiliza-o. Não quero magoar-te da mesma forma que ele fez comigo. Se me fizeres olhar para trás com alguma nitidez até de digo que o que se está a passar comigo, foi exatamente o que se passou com ele. Ele um dia abriu a sua gaveta da honestidade e disse, por estas palavras: Há outra pessoa que julgava já ter esquecido. Mas ela voltou. Só te peço que fiquemos assim, com o sabor dos nossos beijos nos lábios. Se tiver de acontecer, um dia voltarei a procurar-te.
Eu sei que ainda não o esqueci mas recuso-me a esperar que ele volte e por isso estou a dar uma oportunidade a mim mesma. Estou a dar-nos uma oportunidade. Só queria que me mostrasses que é possível eu dizer não, se ele um dia decidir realmente voltar a procurar-me.
sábado, 5 de maio de 2012
Vamos fazer um jogo?
Imaginem que se mandam para dentro de uma piscina, VESTIDOS.
Estão a imaginar?
Imaginem agora a sensação após saírem da piscina. Molhados até à pele, encharcados talvez.
Gostava de colocar aqui uma foto minha para que entendessem bem aquilo que estou a tentar dizer. Ontem apanhei, de certo, a minha maior molha e o pior é que fiquei umas quantas horas a levar com a chuva torrencial que caia em Lisboa sem nada poder fazer. É lama na saia, no casaco...
Hoje vou fazer mais um teste ao estado do tempo. O resto compensa.
Estão a imaginar?
Imaginem agora a sensação após saírem da piscina. Molhados até à pele, encharcados talvez.
Gostava de colocar aqui uma foto minha para que entendessem bem aquilo que estou a tentar dizer. Ontem apanhei, de certo, a minha maior molha e o pior é que fiquei umas quantas horas a levar com a chuva torrencial que caia em Lisboa sem nada poder fazer. É lama na saia, no casaco...
Hoje vou fazer mais um teste ao estado do tempo. O resto compensa.
quinta-feira, 3 de maio de 2012
31.
Estou muito cansada mesmo.
Hoje recebi a notícia de que um rapaz lá da minha terra se tinha suicidado. O mundo anda meio louco e desprovido de calma e serenidade.
Tenho medos.
Hoje vou ter com um amigo que não vejo há meses e meses mas amanhã tenho teste. Tenho 3 horas para estudar o que me falta e tentar apanhar ar fora da minha vida rotineira. Preciso de mais tempo para descansar, não é dormir, é descansar... Fora daqui.
Hoje recebi a notícia de que um rapaz lá da minha terra se tinha suicidado. O mundo anda meio louco e desprovido de calma e serenidade.
Tenho medos.
Hoje vou ter com um amigo que não vejo há meses e meses mas amanhã tenho teste. Tenho 3 horas para estudar o que me falta e tentar apanhar ar fora da minha vida rotineira. Preciso de mais tempo para descansar, não é dormir, é descansar... Fora daqui.
quarta-feira, 2 de maio de 2012
30.
Como dizer a alguém que nos anda a chatear, para desamparar a loja?
My God, não há paciência para pessoas sem noção.
My God, não há paciência para pessoas sem noção.
sexta-feira, 27 de abril de 2012
Até segunda.
Ir para casa, finalmente. Coser emblemas. Segunda-feira é dia de cantar a Lisboa. Melhor e com mais força.
domingo, 22 de abril de 2012
Socorro? Help? Ayuda?
Sabem aquelas alturas em que tudo corre mal? Em que a bateria do carro morre e têm de estar num sítio a 60 km de distância, com urgência (duplo prejuízo). Em que carregam o telemóvel e o dinheiro não entra e precisam de telefonar a 423511 pessoas. Em que têm de ir trabalhar e estão de tal forma cansados que nem para falar têm força?
Pois. Aqui estou eu.
Pois. Aqui estou eu.
sexta-feira, 20 de abril de 2012
quarta-feira, 18 de abril de 2012
E agora é sim ou sopas.
Apareceu, afixado numa parede da minha faculdade, um papel com os resultados das candidaturas de Erasmus. Nesse papel estava escrito o meu nome e por cima dizia: Barcelona.
quinta-feira, 12 de abril de 2012
Porque quando alguém que gostamos muito nos lê algo tão profundo, há coisas que ganham outra dimensão.
O pássaro da alma, Michal Snunit
"No fundo, bem lá no fundo do corpo, mora a alma.
Ainda não houve quem a visse,
Mas todos sabem que ela existe.
E não só sabem que existe,
Como também sabem o que lá tem dentro.
Dentro da alma,
Lá bem no centro,
Pousado numa pata
Está um pássaro.
E o nome do pássaro é pássaro da alma.
E ele sente tudo o que nós sentimos:
Quando alguém nos magoa, o pássaro da alma agita-se para lá e para cá
Em todos os sentidos dentro do nosso corpo, sofre muito.
Quando alguém nos ama,
O pássaro da alma dá pulinhos
De contente,
Para trás e para a frente,
Vai e vem.
Quando alguém nos chama,
O pássaro da alma põe-se logo à escuta da voz,
A fim de reconhecer que tipo de apelo é.
Quando alguém se zanga connosco,
O pássaro da alma recolhe-se dentro de si
Tristonho e silencioso.
E quando alguém nos abraça, o pássaro da alma
Que mora no fundo, bem lá no fundo do nosso corpo,
Começa a crescer a crescer,
Até encher quase todo o espaço dentro de nós,
Tão bom é para ele o abraço.
Dentro do corpo, no fundo, bem lá no fundo, mora a alma.
Ainda não houve quem a visse,
Mas todos sabem que ela existe.
E ainda nunca,
Nunca veio ao mundo alguém
Que não tivesse alma.
Porque a alma entra dentro de nós no momento em que nascemos
E não nos larga
- Nem uma só vez -
Até ao fim da nossa vida.
Como o ar que o homem respira
Desde a hora em que nasce
Até à hora em que morre.
Decerto querem saber de que é feito o pássaro da alma.
Ah, isso é mesmo muito fácil:
É feito de gavetas e mais gavetas.
Mas não podemos abrir as gavetas de qualquer maneira,
Pois cada uma delas tem uma chave para ela só!
E o pássaro da alma
É o único capaz de abrir as gavetas dele.
Como?
Pois isso também é muito simples:
Com a segunda pata.
O pássaro da alma está pousado numa pata,
E com a outra – que em descanso está dobrada sob a barriga –
Roda a chave da gaveta que quer abrir,
Puxa pelo puxador, e tudo o que está dentro dela
Sai em liberdade para dentro do corpo.
E como tudo o que sentimos tem uma gaveta,
O pássaro da alma tem imensas gavetas.
A gaveta da alegria e a gaveta da tristeza.
A gaveta da inveja e a gaveta da esperança.
A gaveta da desilusão e a gaveta do desespero.
A gaveta da paciência e a gaveta do desassossego.
E mais a gaveta do ódio, a gaveta da cólera e a gaveta do mimo.
A gaveta da preguiça e a gaveta do vazio.
E a gaveta dos segredos mais escondidos,
Uma gaveta que quase nunca abrimos.
E há mais gavetas.
Vocês podem juntar todas as que quiserem.
Às vezes uma pessoa pode escolher e indicar ao pássaro
As chaves a rodar e as gavetas a abrir.
E outras vezes é o pássaro quem decide.
Por exemplo: a pessoa quer estar calada e diz ao pássaro para abrir
A gaveta do silêncio. Mas ele, por auto-recriação,
Abre-lhe a gaveta da fala,
E ela desata a falar, a falar sem querer.
Outro exemplo: a pessoa quer escutar pacientemente
- E em vez disso ele abre-lhe a gaveta do desassossego
Que faz com que ela se enerve.
E acontece que a pessoa tenha ciúmes sem qualquer motivo.
E que estrague justamente quando mais quer ajudar.
Porque o pássaro da alma nem sempre é disciplinado
E às vezes dá-lhe trabalhos…
Agora já compreendemos que cada homem é diferente do seu semelhante
Por causa do pássaro da alma que tem dentro de si.
O pássaro que em certas manhãs abre a gaveta da alegria,
E a alegria jorra dela para dentro do corpo
E o dono fica feliz.
E quando o pássaro lhe abre
A gaveta da raiva,
A raiva escorre de dentro dela e
Domina-o totalmente.
E até que o pássaro
Volte a fechar a gaveta
Ele não pára
De se zangar.
E quando o pássaro está de mau humor
abre gavetas que dão mal-estar.
E quando o pássaro está de bom humor
escolhe gavetas que fazem bem.
E o mais importante – é escutar logo o pássaro.
Pois acontece o pássaro da alma chamar por nós, e nós não o ouvirmos.
É pena. Ele quer falar-nos de nós próprios.
Quer falar-nos dos sentimentos que estão encerrados nas gavetas
Dentro de nós.
Há quem o ouça muitas vezes,
Há quem o ouça raras vezes,
E há quem o ouça
Uma única vez na vida.
Por isso vale a pena
Talvez tarde pela noite, quando o silêncio nos rodeia,
Escutar o pássaro da alma que mora dentro de nós,
No fundo, lá bem no fundo do corpo."
"No fundo, bem lá no fundo do corpo, mora a alma.
Ainda não houve quem a visse,
Mas todos sabem que ela existe.
E não só sabem que existe,
Como também sabem o que lá tem dentro.
Dentro da alma,
Lá bem no centro,
Pousado numa pata
Está um pássaro.
E o nome do pássaro é pássaro da alma.
E ele sente tudo o que nós sentimos:
Quando alguém nos magoa, o pássaro da alma agita-se para lá e para cá
Em todos os sentidos dentro do nosso corpo, sofre muito.
Quando alguém nos ama,
O pássaro da alma dá pulinhos
De contente,
Para trás e para a frente,
Vai e vem.
Quando alguém nos chama,
O pássaro da alma põe-se logo à escuta da voz,
A fim de reconhecer que tipo de apelo é.
Quando alguém se zanga connosco,
O pássaro da alma recolhe-se dentro de si
Tristonho e silencioso.
E quando alguém nos abraça, o pássaro da alma
Que mora no fundo, bem lá no fundo do nosso corpo,
Começa a crescer a crescer,
Até encher quase todo o espaço dentro de nós,
Tão bom é para ele o abraço.
Dentro do corpo, no fundo, bem lá no fundo, mora a alma.
Ainda não houve quem a visse,
Mas todos sabem que ela existe.
E ainda nunca,
Nunca veio ao mundo alguém
Que não tivesse alma.
Porque a alma entra dentro de nós no momento em que nascemos
E não nos larga
- Nem uma só vez -
Até ao fim da nossa vida.
Como o ar que o homem respira
Desde a hora em que nasce
Até à hora em que morre.
Decerto querem saber de que é feito o pássaro da alma.
Ah, isso é mesmo muito fácil:
É feito de gavetas e mais gavetas.
Mas não podemos abrir as gavetas de qualquer maneira,
Pois cada uma delas tem uma chave para ela só!
E o pássaro da alma
É o único capaz de abrir as gavetas dele.
Como?
Pois isso também é muito simples:
Com a segunda pata.
O pássaro da alma está pousado numa pata,
E com a outra – que em descanso está dobrada sob a barriga –
Roda a chave da gaveta que quer abrir,
Puxa pelo puxador, e tudo o que está dentro dela
Sai em liberdade para dentro do corpo.
E como tudo o que sentimos tem uma gaveta,
O pássaro da alma tem imensas gavetas.
A gaveta da alegria e a gaveta da tristeza.
A gaveta da inveja e a gaveta da esperança.
A gaveta da desilusão e a gaveta do desespero.
A gaveta da paciência e a gaveta do desassossego.
E mais a gaveta do ódio, a gaveta da cólera e a gaveta do mimo.
A gaveta da preguiça e a gaveta do vazio.
E a gaveta dos segredos mais escondidos,
Uma gaveta que quase nunca abrimos.
E há mais gavetas.
Vocês podem juntar todas as que quiserem.
Às vezes uma pessoa pode escolher e indicar ao pássaro
As chaves a rodar e as gavetas a abrir.
E outras vezes é o pássaro quem decide.
Por exemplo: a pessoa quer estar calada e diz ao pássaro para abrir
A gaveta do silêncio. Mas ele, por auto-recriação,
Abre-lhe a gaveta da fala,
E ela desata a falar, a falar sem querer.
Outro exemplo: a pessoa quer escutar pacientemente
- E em vez disso ele abre-lhe a gaveta do desassossego
Que faz com que ela se enerve.
E acontece que a pessoa tenha ciúmes sem qualquer motivo.
E que estrague justamente quando mais quer ajudar.
Porque o pássaro da alma nem sempre é disciplinado
E às vezes dá-lhe trabalhos…
Agora já compreendemos que cada homem é diferente do seu semelhante
Por causa do pássaro da alma que tem dentro de si.
O pássaro que em certas manhãs abre a gaveta da alegria,
E a alegria jorra dela para dentro do corpo
E o dono fica feliz.
E quando o pássaro lhe abre
A gaveta da raiva,
A raiva escorre de dentro dela e
Domina-o totalmente.
E até que o pássaro
Volte a fechar a gaveta
Ele não pára
De se zangar.
E quando o pássaro está de mau humor
abre gavetas que dão mal-estar.
E quando o pássaro está de bom humor
escolhe gavetas que fazem bem.
E o mais importante – é escutar logo o pássaro.
Pois acontece o pássaro da alma chamar por nós, e nós não o ouvirmos.
É pena. Ele quer falar-nos de nós próprios.
Quer falar-nos dos sentimentos que estão encerrados nas gavetas
Dentro de nós.
Há quem o ouça muitas vezes,
Há quem o ouça raras vezes,
E há quem o ouça
Uma única vez na vida.
Por isso vale a pena
Talvez tarde pela noite, quando o silêncio nos rodeia,
Escutar o pássaro da alma que mora dentro de nós,
No fundo, lá bem no fundo do corpo."
sábado, 7 de abril de 2012
quinta-feira, 5 de abril de 2012
É preciso é coragem.
Quando estou em casa, não quero voltar para Lisboa.
Quando estou em Lisboa, não quero voltar para casa.
Quando estou em Lisboa, não quero voltar para casa.
domingo, 18 de março de 2012
Skinny love, or not.
Aquele dia em que tens tempo para rir e reparar em pormenores, para chorar de felicidade e de alguma tristeza que andava escondida. Aquele dia em que te apercebes que sentes falta de pessoas e que a saudade corrói por dentro. Aquele dia em que querias estar com ele, com ela, com eles, e dizer-lhes que não são apenas alguém que conheceste mas que ocupam de forma significativa um lugar no teu coração.
Só para que não te esqueças - penso em ti todos os dias.
Só para que não te esqueças - penso em ti todos os dias.
terça-feira, 13 de março de 2012
Glory box.
Sei que estás aí. Sei que sabes que as minhas palavras são para ti. Sei que sabes que ainda te espero. E espero. Não para te ter como desejei um dia. Mas para ter a certeza que já não te desejo. Queria que os teus olhos me dessem uma razão para não te procurar mais. Que me dissessem que a tua vontade procurou outro destino e que nada voltará a ser como antes. Para seguir o caminho que me aconselhaste a seguir, admitindo que um dia também me deste bons conselhos.
sexta-feira, 2 de março de 2012
18.
Não tenho tido disponibilidade mental para escrever aqui no blog. As pessoas consomem a minha energia, a faculdade precisa do meu tempo. Hoje achei que deveria vir dizer aqui alguma coisa acerca do grande acontecimento da noite: BENFICA IS ALL IN!
Não vinha aqui escrever há uns três meses, o primeiro post que escrevo é referente a futebol? Em que me estou a tornar?! My God.
Não vinha aqui escrever há uns três meses, o primeiro post que escrevo é referente a futebol? Em que me estou a tornar?! My God.
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